Ai, porque me anoiteço?
minha escrita fria de pés conjugados
meu caminho maldito,
meus sapatos de barbas de molho, pêlos alheios.
Ai, porque não durmo
e me rendo logo
e me entrego à dança torta das meninices afoitas?
Quanto doce, meu deus!
quanto doce me derrama na cara
me lambuza o queixo
me contorna a boca
sem nenhuma gota
nenhuma gota me roçar a língua e me fazer feliz por toda a próxima eternidade!
Ai, me lamento quente
e no fundo do meu taxo te espero cá, na várzea
para cheias de julho,
chuvas ocasionais de uma eterna seca.
Meu rio que sempre corre.
Esse cara é demais!
ResponderExcluirEu só o conheço pela metáfora do rio e, por ela, concordo contigo!
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