11 de out. de 2010

Carta-poema para meu primo-irmão Paulo Rogério
 (este, nome composto sem hífem,
diferentemente dos outros termos 
compostos deste título.
às vezes só duas palavras dão conta
do sentido de uma relação,
de um sentimento,
de um título de poema,
do nome de um blog,
de um cheiro... às vezes nem isso)

Lembro
Dos teus dedos desenhando
o ninho
e teu olhar era o passarinho
que fora dele ficava.
teu peixe não era de água

mas era nela que você vivia
uma vida toda apertada
nunca cabendo
aquele Além que você queria.

sempre um dia-recomeço
sempre uma nova escova de dentes
sempre um toma jeito rapaz
sempre um novo galo para
acordar tua cabeça machucada.

mas o que foi que você perdeu
que não sossega este juízo?

meu sonho com dragões chineses,
os traços que nunca te fiz...

agora está tudo meio diferente.
eu ando escrevendo muito.

a vida por aqui anda ligeira
muita fralda
leite e mamadeira!
que fome de povoar!

Vejo
Mas este prato de mingau anda estranho
e sobre isto queria muito conversar
uma gana, um medo...
percebi algumas escamas e uma enorme necessidade de voar!


setembro de 2010

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